• 4 de novembro de 2016

    “Amanhã eu faço”

    – Mas Akim eu não estou com vontade de fazer isso.

    – E porque fazer isso é importante para você?

    – Ah… vai me ajudar um monte em tudo da faculdade.

    – E está “sem vontade”?

    – Ai… tá… eu sei que é importante…

    – Acho que não sabe… ou isso ou tem medo justamente de assumir esta responsabilidade.

    – Tá… eu sei!

    Um ponto interessante sobre a “vontade” de fazer coisas é que a maior parte das pessoas acha que ela é um espírito obsessor, vem de vez em quando e quando vem você tem que aproveitar a onda antes que ela vá embora. Será assim mesmo?

    A vontade, na verdade, se parece mais com um músculo que, quanto mais exercitado, mais forte se torna. Porém, em nossa cultura, é muito difícil de imaginar que temos algum poder contra aquele momento de marasmo onde dizemos para nós mesmos: “estou sem vontade”.

    O fato é que estar sem vontade raramente é apenas uma expressão de cansaço em nossos dias. Em geral as pessoas não tem vontade porque fazer exige esforço ou porque tem medo daquilo que se propõem a fazer. A “falta de vontade” pode e deve ser encarada como um sintoma e não como uma causa, como costumeiramente é. Quando assumimos este ponto de vista a falta de vontade se transforma.

    Qual é a transformação? Simples: ao percebê-la como um sintoma a primeira pergunta que fazemos é o que está causando esta falta de vontade? Ao invés de simplesmente sucumbir ao tédio e marasmo, ao questionar a falta de vontade verificamos se ela está adequada ao que estamos vivendo.

    O que quero deixar de fazer é importante para mim? Esta é uma das primeiras perguntas que devemos fazer quando temos a sensação de falta de vontade. Se aquilo que desejo deixar de fazer é importante, preciso repensar o que está tirando minha motivação em fazê-lo. Reforçar a importância do que quero fazer também é uma ótima maneira de restaurar a “vontade” de fazer.

    Quais as consequências em não fazer? Refletir sobre consequências é um fator importante e quase esquecido nessa era de consumo rápido, onde tudo deve gerar prazer imediatamente. A questão aqui reside em entender as perdas decorrentes de permitir o marasmo entrar em nossas vidas e não fazer o que nos propomos. Essa é outra forma de restaurar o músculo da vontade ao buscar não sofrer consequências negativas de nossos atos.

    O que vou fazer de mais importante? Esta pergunta é ótima. Ela diz de cara se estamos procrastinando ou se realmente nossa “falta de vontade” é importante. Algumas (raras) vezes as pessoas estão cansadas e precisam descansar. Nesse caso, a resposta para esta pergunta é simples: vou descansar. Porém, tem pessoas que acordam e dizem que querem descansar! Algo de errado aqui, nesse caso deixamos claro se nossa falta de vontade é mais importante do que nossas metas. Aqui exercitamos a vontade reforçando nosso compromisso e deixando a preguiça de lado.

    Abraço

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